sexta-feira, 13 de abril de 2012

Nunca é tarde pra viver. Aprender. Acreditar. Amar. Tentar.

O dia não tava tão belo assim. Em termos de clima, era um dia escuro. Detalhe este que não fez com que o meu dia fosse ruim, mas que me deu uma certa preguiça, ah, se deu.
Pois bem. Estava eu lá no centro de Florianópolis, correndo contra o tempo, porque eu tinha exatamente uma hora pra fazer tudo o que eu tinha que fazer e pegar o ônibus pra ir pra outro compromisso. Mesmo assim, não resisti e dei uma passadinha na livraria. Sabe o que é, amigo, sou apaixonada por livros, e se eu for pro centro de Florianópolis e não entrar numa livraria nem que seja pra sentir o cheirinho maravilhoso deles, sinto que algo falta.
Estava eu olhando algumas gramáticas da língua inglesa e nisso apareceu uma velhinha com uma aparência super agradável. Você sabe como são essas velhinhas de hoje em dia, não sabe? Muito bem arrumadas e com um ar jovial.
Ela foi em direção à atendente que estava ao meu lado e delicadamente perguntou:
- Com licença, você poderia me indicar algum livro didático que ensine francês?
A atendente então ofereceu-lhe alguns livros e a velhinha folheava-os atentamente, preocupada em saber qual lhe aparentava ser o melhor método de ensino. Ela pesquisou, pesquisou, até que finalmente decidiu levar alguns livros e um cd que acompanhava áudios para treinar a fala.
Neste momento eu pensei porque, naquela altura do campeonato, a velhinha decidira aprender francês. Faria uma viagem à França? Moraria lá? Ou simplesmente quisera por desejo de aprender?
E lembrei de tudo o que eu já tentei fazer mas desisti por achar tarde demais. Minha mente foi como um deflash. Eu fui exatamente ao ponto. E o meu coração, como impulso, acelerou. Que alegria ter observado a velhinha naquele dia! Com certeza algo que eu vou lembrar por um bom tempo, e pensar duas vezes antes de me achar insuficiente demais pra qualquer coisa que seja.
Pensei também em o quanto, neste século onde tudo vem fácil e a tecnologia reina, o desinteresse das pessoas sobre aprender coisas novas é notório. A facilitação demasiada das coisas fez com que nos tornássemos preguiçosos.
E sabe aquela preguiça que eu mencionei no começo do texto? Esta também conta. E se eu desse ouvidos à ela, teria deixado pra ir no centro outro dia. E não teria encontrado com esta velhinha. E não estaria aqui escrevendo pra vocês.
Acomodação, preguiça e desinteresse tem deixado muitas pessoas sem viver, e tem formado um mundo onde o saber é desprezado.
Conhecimento é poder. É a arma mais poderosa que se pode usar. Eu aposto naquela velhinha e digo que ela não venceria uma luta, por não ter mais condições físicas, mas digo que ela consegue passar na frente e tomar a vaga de emprego de muito jovem por aí que tá cagando e andando pra vida.
Nunca é tarde pra viver. Aprender. Acreditar. Amar. Tentar. E eu espero que muitos jovens leiam isto e aprendam, como eu aprendi. Adultos e velhinhos também. E vamos juntos resgatar aquilo que realmente importa.

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